OBSERVAÇÃO: O presente texto é uma versão modificada da
Comunicação que escrevi para uma apresentação no II Congresso Internacional de
Biossíntese, que ocorreu em Salvador, Bahia, no período de 11 a 14 de
outubro do corrente ano de 2003, intitulado “Biossíntese, educação e prevenção
de neuroses futuras: perspectivas para o século XXI”. Uma parte desse texto foi
suprimida em função dela ser desnecessária para a compreensão da relação entre
ludicidade e Biossíntese, assim como fiz atualização de alguns verbos utilizados, em termos de tempo gramatical.
1.
Educação e ludicidade: elucidações conceituais
Nos últimos tempos, temos visto
nascer uma preocupação estimulante com a ludicidade na vida humana, que se
manifesta por múltiplas expressões, tais como: os investimentos culturais
científicos e econômicos no lazer, nas atividades para a denominada terceira
idade, no incremento das viagens, nas brinquedotecas, nas videotecas, na
prática educativa lúdica na família, na escola, no treinamento de recursos
humanos na empresa... Domenico de Masi vem falando do “ócio criativo”[1].
São muitas, muitas, as expressões.
A educação em geral e a educação
escolar, em particular, não tem estado ausente desse movimento, apesar de
termos ciência das lacunas existentes nessa área, seja no que se refere à
produção científica, seja nos cuidados com a prática, seja mesmo na amplitude
de sua utilização na escola e na sala de aulas.
Uma educação lúdica tem na sua base
uma compreensão de que o ser humano é um ser em movimento, permanentemente
construtivo de si mesmo. Uma prática educativa lúdica deve assentar-se sobre um
entendimento de que o ser humano, através de sua atividade e consequente compreensão
da mesma, constrói-se a cada momento, na perspectiva de tornar-se mais senhor
de si mesmo, de forma flexível e saudável.
As atividades lúdicas, por si mesmas,
são construtivas, à medida que são ações; e, sabemos, a partir de várias
tradições teóricas, que o ser humano enquanto age modificando o mundo,
modifica-se também a si mesmo. Para citar alguns autores, basta lembrar de Marx,
Piaget, Claparède, John Dewey.
O que a ludicidade traz de novo é o
fato de que o ser humano, quando age ludicamente, vivencia uma experiência
plena. Com isso, queremos dizer que, na vivência de uma atividade lúdica, cada
um de nós está pleno, inteiro nesse momento, ao tempo em que aprende o significado
desse estado de ânimo; então, cada um de nós se utiliza da atenção plena, como
definem as tradições sagradas orientais. Enquanto estamos participando verdadeiramente de
uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa
além dessa própria atividade. Não há divisão. Estamos inteiros, plenos,
flexíveis, alegres, saudáveis. Poderá ocorrer, evidentemente, que podemos estar
no meio de uma atividade lúdica e, ao mesmo tempo, estarmos divididos com outra
preocupação, fator que revela que não estamos participando dessa atividade
de modo psicologicamente inteiro. Estaremos com o corpo presente, mas com a
mente em outro lugar e, então, nossa atividade não será plena e, por isso
mesmo, não poderá ser lúdica.
Agir ludicamente exige uma entrega
total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não
admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem
para esse estado de consciência. Se estivermos num salão de dança e estivermos
verdadeiramente dançando, não haverá lugar para outra coisa a não ser para o
prazer e a alegria do movimento ritmado, harmônico e gracioso do corpo.
Contudo, se estivermos num salão de dança, fazendo de conta que estamos
dançando, mas de fato, estamos observando, com olhar crítico e julgativo, como
os outros dançam, com certeza não estaremos vivenciando ludicamente esse
momento.
A atividade lúdica propicia um estado
de consciência livre dos controles do ego, por isso mesmo criativo. O nosso
ego, como foi construído, em nossa história pessoal de vida, na base de ameaças
e restrições, é bastante constritivo, centrado em múltiplas preocupações e defesas.
Ele reage à liberdade que traz a atividade lúdica em si mesma. Por isso, uma
educação centrada em atividades lúdicas tem a possibilidade, de um lado, de
construir um “eu” saudável em cada um de nós, ou, por outro lado,
vagarosamente, auxiliar a transformação do nosso “eu” constritivo num “eu”
saudável. Educar crianças ludicamente é estar auxiliando-as a viver bem o presente
e preparar-se para o futuro. Educar ludicamente adolescentes e adultos significa
estar criando condições de restauração do passado, vivendo bem o presente e
construindo o futuro.
Deste modo, uma educação lúdica, a
nosso ver, é uma orientação adequada para uma prática educativa que esteja
atenta à formação de um ser humano ou de um cidadão saudável para si mesmo e
para a sua convivência com os outros, seja na vida privada ou pública.
Para participar de uma prática
educativa com essa qualidade, necessitamos do ser humano inteiro: de seu corpo,
sua mente, sua espiritualidade. Daí a razão pela qual a Biossíntese, como uma
teoria biopsicoespiritual do ser humano, nos oferecer as bases para esse
empreendimento. Servirmo-nos dela, a seguir.
2. Biossíntese: elucidações
históricas e conceituais
Biossíntese é uma área
psicoterapêutica, criada por David Boadella, psicoterapeuta inglês, com data
marcada do ano de 1974, porém os estudos, para se chegar a sua primeira
configuração, se estende por muitos anos para o passado.
Em torno de 1950, David Boadella foi
treinado em vegetoterapia[2]. Em 1957, iniciou seus trabalhos como
terapeuta individual; em 1970, criou a revista científica intitulada Energy
and Carater. Em 1974, apresentou, pela primeira vez, a Biossíntese já com
essa denominação e com uma configuração teórico-prática definida, através de
uma conferência denominada Stress e Caráter, no Instituo Tavistock
de Relações Humanas, em Londres.
Entre 1975, logo após a primeira
formulação da Biossíntese, e 1985, David Boadella ministrou cursos de formação
nessa área psicoterapêutica em mais de trinta espaços geográficos do mundo,
situados na Europa, Japão, América do Norte e América do Sul.
O autor define que “Biossíntese
significa integração da vida”[3], o que dizer possibilitar à vida o seu
pulsar e a sua expressividade espontânea e criativa, nas suas múltiplas áreas e
dimensões.
Podemos compreender Biossíntese em
dois sentidos: na sua conotação essencial significa “integração
da vida”, uma prática psicoterapêutica, com conhecimentos e técnicas
específicos de atuação na restauração do fluxo da vida, que possibilita a cada
ser humano a sua expressividade espontânea e livre; na sua constituição
como área de conhecimento, ela integra organicamente conhecimentos e
saberes provenientes de várias tradições científicas, filosóficas e religiosas.
Neste sentido, David Boadella diz que a Biossíntese é um:
continuum
evolutivo de conceitos e práticas retiradas de muitas fontes e integradas num
nível de ordem superior. Como um sistema ecológico, ela se mantém na
diversidade, conquanto seja cimentada pela coerência e interrelação cooperativa
entre as habilidades e os princípios que a compõem[4].
Hoje, David Boadella define a
Biossíntese com as seguintes palavras:
Biossíntese significa integração da
vida e refere-se aos processos específicos de autoformarão, que guia o
crescimento orgânico o desenvolvimento pessoal e a emergência espiritual.
Assim sendo a compreensão
teórico-prática da Biossíntese baseia-se em três pilares
constitutivos do ser humano: a existência somática, a experiência
psicológica e a essência do ser. Decorrentes dessa visão, são três as formas de
compreensão e atuação da Biossíntese que lhe garantem sua especificidade e o
seu caráter próprio.
Em primeiro lugar, é uma psicoterapia
corporal, derivada dos estudos teóricos e das propostas psicoterapêuticas
de Wilhelm Reich; porém acrescidos dos princípios básicos da embriologia
funcional, que estuda o ser humano no seu processo formativo embrionário. Nesta
instância, a compreensão teórica e a prática psicoterapêutica da Biossíntese integram
padrões de respiração, tônus muscular e expressão emocional, tendo como
objetivo restaurar os padrões de ondas respiratórias e do fluxo da vida no
corpo, que dão base a expressividade da vida.
Em segundo lugar, a Biossíntese dá
atenção, no processo psicoterapêutico, à organização e reorganização da
personalidade, integrando sentimentos como forma de comunicação, integrando
a percepção e a cognição como formas de entendimento, e as ações como decisões
praticadas. Deste modo, sentimentos, ação e pensamentos tornam-se mutuamente
interativos e articulando-se no fluxo vital do corpo.
Em terceiro lugar, está atenta
à experiência bioespiritual, centrada na compaixão por si mesmo e
pelos outros e enraizada num claro contato com a necessidade de dar base às
qualidades essenciais do ser humano. Esta terceira fonte de atenção da
Biossíntese tem a ver com as qualidades do coração, no sentido de centro vital.
Em síntese, a Biossíntese nasceu como
e é um processo de psicoterapia que reconhece a especificidade e a variedade
dos caminhos do desenvolvimento individual subjacente à autoformarão de cada
ser humano. Através de sua multidimensionalidade e seus distintos níveis
constitutivos (físico, vital, emocional, mental, espiritual) interconectados, o
ser humano produz diferentes modos de vida, que podem manifestar-se de duas
formas básicas: fechados ou abertos. O sistema fechado apresenta-se através dos
bloqueios corporais das distorções da personalidade e dos desvios da
espiritualidade; o sistema aberto, ao contrário, reflete contato físico sadio
consigo mesmo, vivacidade na personalidade e contato com as qualidades do
coração (qualidades essenciais).
3. Educação lúdica biossistêmica e
prevenção das neuroses futuras
A
Biossíntese não tem uma proposta pedagógica estabelecida, desde que, em si, não
foi concebida como uma teoria pedagógica, mas sim como uma teoria e uma prática
psicoterapêuticas. Então, da teoria e da prática psicoterapêutica da Biossíntese,
vamos fazer emergir uma concepção e uma prática pedagógicas, que, com certeza,
estarão na direção daquilo que Reich propunha “da prevenção das neuroses
futuras”. A falta de melhor denominação, vamos adjetivar de lúdico-biossistêmica a
proposta e a prática educativa lúdica que se sustenta teoricamente na
Biossíntese.
3.1. O
ser humano como um ser em movimento
Em primeiro lugar, para constituir
uma educação lúdico-biossistêmica, importa conceber o ser humano como um ser em
movimento.
A Biossíntese, no rastro da biologia,
da psicanálise, da epistemologia genética e de tantas outras escolas científicas
e filosóficas, concebe o ser humano como um ser em movimento, ou
seja, como um ser que se constitui ao longo do tempo, em suas interações com o
meio em que vive.
Para a Biossíntese, o ser
humano se forma ao longo de sua existência, através de suas
múltiplas interações com os elementos componentes do seu meio: pessoas, meio
natural, meio social, político, religioso... O que implica em uma construção
interna e externa de si mesmo, que se manifestará tanto através de padrões
universalizantes como através de padrões individuais de conduta, portanto,
manifestando padrões gerais de conduta assim como singularidades.
Até finais do século XIX, se concebia
o ser humano como um ser dado pronto. No momento da concepção, Deus criava uma
alma nova e a infundia no corpo que estava para se formar. A alma estava pronta
e somente o corpo se desenvolvia. Mas, a partir de meados do século dezenove,
tanto biologicamente (Darwin), quanto sociologicamente (Marx) quanto
psicologicamente (Freud, já no final do século), começamos a entender o ser
humano como um ser que não é dado pronto, porém que se constitui no espaço e no
tempo.
A Biossíntese insere-se nessa
tendência; por isso, assume que o ser humano, em sua trajetória de vida, faz-se
a si mesmo em suas interações com o meio, sendo algumas bem-sucedidas e outras,
não; contudo, todas elas fazendo parte do amalgama da existência.
O ser humano constitui-se através de
suas ativas interações com o meio em que vive. No início, com os pais e irmãos,
dentro da família nuclear; depois, com a família mais abrangente, tais como
avós, tios, tias, primos, primas...; a seguir com os amigos da família e os
filhos dos amigos da família; os professores, pastores, vigários, ... Contudo,
também, como um pano de fundo, com a natureza circundante, a cultura local,
regional e nacional. Também o lugar na classe social a que pertence... Enquanto
o ser humano age, constitui-se a si mesmo através dessa ação. Evidentemente que
sofremos as determinações do nosso meio, mas também modificamos o mesmo e,
nessa troca, ocorrem ganhos, perdas, fixações, fluidez.
A visão lúdico-biossistêmica da
educação compreende e assume o ser humano como um ser em constituição sempre;
por isso, faz eco à decisão do Relatório da UNESCO sobre Educação para o Século
XXI, quando configura o conceito de “educação ao longo de toda a vida”.
Ou seja, esteja em que momento estiver da vida, o ser humano tem em si o
potencial da mudança e, pois, de transformação.
Ao assumir este ponto de vista, a
educação estará investindo permanentemente no ser humano, por acreditar que ele
é “um ser inacabado” e, deste modo, passível de auto-organização e de
transformações, seja no estágio da infância, da adolescência ou da vida adulta.
Uma educação, cujo recurso básico
seja a ludicidade não pode fugir a uma perspectiva biossistêmica, ou
assemelhada, que assuma o corpo-mente como um fator fundamental da existência
humana. A atividade lúdica, por si, é ação, e, como tal, implica em
movimento, em construção. À medida que agimos ludicamente,
criamos nosso mundo e a nós mesmos de forma lúdica.
Para praticar uma educação e uma vida
lúdica, necessitamos de vivenciar, integrada e simultaneamente, a mente e o
corpo, ou, se preferirmos, o corpo-mente ou a mente-corpo.
3.2. O ser humano visto a partir das
camadas embrionárias
A Biossíntese compreende o ser
humano, biopsicoespiritualmente, a partir de suas camadas embrionárias ---
endoderma, mesoderma e ectoderma ---, que se manifestam como correntes
energéticas da vida, que, por sua vez, se organizam no processo de interações
com tudo o que existe, visível e invisível. O endoderma dá origem a todas as vísceras,
o mesoderma a toda a estrutura de sustentação e o ectoderma a todos os meios e
mecanismos de pensamento, entendimento e comunicação; respectivamente, temos,
nos seus fundamentos somáticos assumidos pela Biossíntese, o sentimento, o movimento
e o pensamento.
No início de nossa vida embrionária,
temos essas camadas em equilíbrio, ou seja, temos as possibilidades de “centrar”,
“aterrar” e “comunicar”, que são as tarefas fundamentais da vida humana sem
bloqueios[5]. Porém, os acontecimentos da gravidez da
qual nascemos, o nosso nascimento e os acontecimentos pós-parto, trazem
múltiplos eventos que desequilibram a harmonia entre as três camadas embrionárias
e seus componentes biopsicoespirituais. E, no decorrer da existência, muitos
eventos, em nossa relação com o meio, que nos envolve e com o qual convivemos,
produzem desequilíbrios nessa harmonia e, consequentemente, no nosso modo de
ser.
Usualmente, desequilibramos nossas
capacidades de, simultaneamente, centrar-se, movimentar-se e
comunicar-se. Esse desequilíbrio faz com que nosso agir se vincule mais
a uma do que a outra dessas operações básicas de nossa vida. Estar unicamente
centrado em nossos sentimentos é um distúrbio, à medida que o movimentar-se e o
comunicar-se ficarão descuidados; mas, também, o movimentar-se em excesso, sem
os cuidados com o centrar-se e comunicar-se, gerará um desequilíbrio, o mesmo
ocorrendo com o comunicar-se em excesso, sem a articulação com as outras
duas camadas constitutivas do ser humano. O que importa é o equilíbrio das três
camadas embrionárias em nosso ser e em nosso agir.
No decorrer nossa existência,
podemos aprofundar esses desequilíbrios ou restaurá-los. Se as origens desses
desequilíbrios forem profundas, é claro, haverá necessidade do suporte específico
de um profissional especializado que nos auxilie no reestabelecimento do
equilíbrio entre as três camadas que nos constituem.
Contudo, vale sinalizar que, mesmo
neste tipo de quadro, atividades educativas que conduzam ao centrar-se, ao
aterrar-se e ao comunicar-se terão sadios efeitos sobre o ser humano.
No caso, uma prática pedagógica
lúdica, por si, propicia o centrar-se, aterrar-se e comunicar-se, à medida que
ela exige o máximo de atenção, o que implica em estar psicobiologicamente presente
no corpo e no mundo real e, a partir daí, fator que sustenta o facing com
o outro, efetivamente a comunicação.
Nesse contexto, os educadores poderão
ter um papel profundamente benéfico na vida dos seus educandos, à medida que os
auxiliem a treinar equilibradamente esses modos essenciais de ser do ser
humano. Por exemplo, na escola, com atividades lúdicas relativamente simples,
podemos auxiliar o educando a ir para “centro” de si mesmo, para a sua
confiança interna e externa; não é, também, difícil nem coisa tão especial
estimulá-lo à ação; como também ao pensar.
Mais à frente, teremos oportunidade
de abordar as questões técnicas. Por enquanto, basta saber que atuar na perspectiva
das forças progressivas pode ser um grande ganho para cada criança e para cada
adolescente, inclusive na perspectiva de sanear algumas dificuldades e traumas
do passado, mesmo sem atuar diretamente sobre eles. O acolhimento e o
confronto amoroso podem suavizar, senão curar, muitos bloqueios, de um modo
vital.
3.3. Campos da vida humana
Tomando
por base os elementos acima expostos, a Biossíntese compreende e trabalha psicoterapeuticamente
com o ser humano na perspectiva de restaurar e estimular os seus fluxos vitais
e, para delimitar o seu modo de trabalhar terapeuticamente, utiliza-se do
diagrama[6] que se segue.
No
caso, ele apresenta uma chave para a compreensão e atuação do terapeuta. Define
e configura sinteticamente os campos da experiência humana, segundo a
compreensão da Biossíntese. Pode ser uma chave de compreensão e de
atuação, também para o educador em geral e para o educador que trabalha com
ludicidade, como veremos.
O
diagrama pode ser lido de diversas maneiras. Incialmente, pelas camadas
circulares, em número de três: a primeira camada representa nossa
experiência mais externa, nossas relações que tem por base nossas aparências,
nossos mecanismos de defesa, congelados em nossa musculatura; a segunda camada
mostra nossas qualidades mais verdadeiras e mais próximas do centro, de nossa
essência, daquilo que verdadeiramente somos (à medida que nossos mecanismos de
defesa são flexibilizados, nossas qualidades mais verdadeiras vem à tona); a
terceira camada, a mais interna, representa nossa essência, nossas qualidades
mais profundas.
Em
segundo lugar, o diagrama pode ser visto pelas camadas horizontais, também,
em número de três: a inferior relativa ao corpo, composta pelos
campos 1 e 2; a intermediária relativa à personalidade, refere-se
aos fatores emocionais, e é composta pelos campos 3 e 4; a superior, composta
pelos campos 5 e 6, relativa à experiência simbólica, onde estão
presentes as crenças, os símbolos, os valores do imaginário, da mente.
Evidentemente
que as distinções entre as camadas, neste diagrama, são exclusivamente
didáticas. O ser humano funciona como um todo corpomente, onde corpo, emoções e
o imaginário operam conjunta e integradamente.
Pode
ser lida, ainda, verticalmente. No caso, o lado esquerdo do diagrama
expressa o interpessoal, expressando nossas relações com o mundo
exterior e com as pessoas, nos níveis do corpo, da vivência emocional e das
experiências do simbólico. O lado direito do diagrama expressa a
experiência intrapessoal, expressando nossas interações conosco
mesmos, tendo como referência o corpo, a personalidade e o imaginário.
Na camada externa, onde estão
expressos nossos modos de ser mais externos, podemos observar configurações
específicas quanto ao corpo, à vida emocional, e às crenças. São áreas de
trabalho direto e imediato, pois que são os mais visíveis e observáveis.
Os campos 1 e 2 representam as experiências corporais; o 1 tem a ver com
a sobrecarga ou a subcarga energética manifesta na estrutura do corpo e em sua
massa muscular; o 2 traz a questão da respiração hipercontrolada ou caótica.
Os campos 3 e 4 tem a ver com a estrutura da personalidade; o 3 define
os padrões de relacionamentos, que podem ser, opostamente, de privação ou de
invasão; o 4 delimita os padrões emocionais de repressão ou de explosão.
Os campos 5 e 6 referem-se aos níveis da experiência espiritual, sendo
que o 5 expressa a linguagem confusa ou defensiva e o 6 o imaginário restritivo
(crenças símbolos errôneos).
A segunda faixa do diagrama expressa
a segunda camada de nossa personalidade, mais sadia e organizada, por isso
intermediária entre nossas aparências e nossa essência. Ë a faixa que
expressa nosso esforço de conhecermos e reconhecermos o que somos, e ainda como
somos, para administrar nossa vida de um modo mais saudável.
Os campos 1 e 2 referem-se ao corpo: o primeiro, aos impulsos naturais
de movimento e, o segundo, ao ritmo centrado de respiração.
Os campos 3 e 4 referem-se à personalidade: o campo 3 refere-se ao
relacionamento como contato e diálogo e o campo 4, clareza emocional.
Os campos 5 e 6 referem-se as nossas crenças e nossos símbolos:
correspondentemente, linguagem conectada e imaginário criativo.
A terceira e última camada refere-se
a nossa essência, ao nosso verdadeiro centro, em contato com nosso self
pessoal, integrado no Self Transpessoal. A qualidade centrada no coração de nós
mesmos, nossa missão nesta experiência de vida.
O trabalho psicoterapêutico da
Biossíntese tem por objetivo iniciar desbloqueando as contrições corporais,
reorganizar a personalidade e clarear crenças errôneas de cada um de nós,
consequentemente, possibilitando a cada ser humano o ingresso na segunda camada
do nosso ser, que é bastante mais organizada e fluída que a primeira; em si,
mais verdadeira. Nessa camada, o ser humano aproxima-se do seu centro essencial
de energia vital.
Para
proceder esse trabalho psicoterapêutico, a Biossíntese opera com os seguintes
recursos, tendo presente os campos da experiência da vida humana, apresentados
no diagrama acima:
campo 1: trabalho motórico com o tônus muscular e com movimentos
expressivos;
campo 2: trabalho energético com os ritmos de respiração vital e sutil;
campo 3: trabalho com ressonâncias e interferências no campo do
relacionamento interpessoal;
campo 4: trabalho com o espetro de contenção e liberação relativo a
expressão da emoção;
campo 5: trabalho para limpar e clarear nossa linguagem de suas
distorções comunicativas;
campo 6: trabalho transformativo sobre as crenças restritivas, que
limitam nossa visão do mundo e da realidade;
na área central do diagrama, trabalho para conectar-nos com a voz do
coração, através do desenvolvimento da percepção sutil. Quando trabalhamos com
a essência, entramos em contato com os níveis sutis da experiência; entramos em
contato com o ground interior e com as qualidades básicas do nosso
ser.
Essa visão dos campos da vida humana,
estabelecidas no diagrama acima, pode nos indicar, também, caminhos
fundamentais para uma prática educativa em geral e para uma prática educativa
lúdica em específico, que tenha por objetivo a “prevenção das neuroses futuras”.
Os campos 1 e 2, que estão
configurados em torno da expressão corporal, podem ser perfeitamente
trabalhados pela educação física, que, por si, está voltada para o corpo.
Contudo, importa dar uma nova direção a essa prática educativa, abandonando a
forma rígida de forjar o corpo sob a égide de uma disciplina externa, aversiva,
punitiva, assim como uma educação física centrada na calistenia, que busca um
corpo “malhado”. Dessa forma, numa educação lúdico-biossistêmica, no âmbito da educação
física deverá estar centrada na possibilidade do aterramento (ground) externo e
interno, de movimentos flexíveis, de uma boa e sadia respiração que alarga os
canais de circulação de energia e, pois, da vida, assim como na percepção das emoções
e dos sentimentos, que estão contidos na musculatura.
Os campos 3 e 4, que estão
relacionados a vida emocional, seja na relação com os outros seja na
relação consigo mesmo, podem ser trabalhados nas múltiplas oportunidades de
relacionamentos no seio da atividade educativa. Acolher, ser acolhido, dar
continência, aceitar a continência do outro, dizer sim, dizer não, dialogar,
encontrar soluções coletivas e comuns, trabalho coletivo..., são tantas as
oportunidades na atividade educativa de se trabalhar a vida emocional, tanto em
relação a si mesmo como em relação ao outro.
Por último, os campos 5 e 6, relativos
ao imaginário e à linguagem, podem ser trabalhados através de todas as
disciplinas escolares, de forma semelhante como ocorreu com os campos anteriormente
definidos. Para tanto, importa acolher as crenças de cada criança, de cada
adolescente ou de cada adulto, para que possam ser vistas, analisadas e,
possivelmente, modificadas.
Caso, tenhamos esses cuidados com os
seis campos da vida humana, apresentados no diagrama acima, poderemos fazer da
educação uma grande oportunidade de “prevenção das neuroses futuras”, à medida
que cada criança, cada adolescente ou cada adulto poderá melhor organizar sua
experiência corporal, sua vida emocional, assim como seu mundo do imaginário,
das crenças e dos símbolos, que dão direção à vida.
A educação lúdica, por sua vez, faz
isso tudo --- trabalha o corpo, atua sobre a relação emocional consigo mesmo e
com os outros, trabalha a compreensão mental, porém, acrescentando a plenitude
e a alegria.
No trabalho em Biossíntese, nos
conectamos com três vias de trabalho psicoterapêutico, como também podem ser
três as vias do trabalho educativo:
a via da transmutação, que
organiza e reorganiza o corpo e a personalidade, trabalhando com a organização
emocional, com a liberação dos bloqueios de energia e com os pontos de
constrição emocional;
a via da transformação, que
vai mais profundamente que a transmutação e atua na área biossocial dos
serviços a si mesmo e ao coletivo, trabalhando com a manifestação de nossas
qualidades essenciais na vida diária;
a via da transcendência, mais
profunda ainda, que atua nos processos transpessoais, trabalhando com a
desidentificação dos nossos processos egóicos e estabelecendo contato profundo
com nosso ground interior da espiritualidade corporificada.
Deste modo, o trabalho psicoterapêutico,
assim como o trabalho educativo de autodesenvolvimento, proposto pela
Biossíntese, integra as várias áreas do ser humano --- sensorial (corpo), da
personalidade (emocional), das crenças (experiência do imaginário) --- e,
consequentemente, de suas diversas dimensões --- corporal, emocional e
espiritual. A intenção do trabalho em Biossíntese é possibilitar ao ser humano
integrar-se na sua experiência pessoal e social, de tal forma que possa viver
bem consigo mesmo e com os outros dentro dos parâmetros da verdade, do respeito
de si mesmo, do respeito do outro, da convivência, do ser. Para isso, importa ter
um corpo sadio, uma personalidade integrada e crenças claras.
No caso, a Biossíntese dá a base para
uma prática pedagógica lúdica, que, com alegria, possibilita ao educando centrar-se
em si mesmo, tendo suporte para reconhecer-se quem é e como é; assim como
possibilita uma sólida base corpomente, aterrando-se a si mesmo no mundo do
real, sem a busca de fugas e subterfúgios; e, por último, propiciando as
condições de intimidade suficiente para garantir a comunicação livre, criativa
e verdadeira.
3.4. A ação terapêutico-educativa
lúdico-biossistêmica
O
trabalho psicoterapêutico em Biossíntese tem como finalidade possibilitar a
cada ser humano viver, o melhor que pode, sua experiência de vida, aprendendo,
inclusive a conviver com os bloqueios, se não for possível de ultrapassá-los, aos
menos no momento presente.
O objetivo do trabalho terapêutico --- diz Boadella --- é
restaurar na pessoa um estado de pulsação saudável na qual as atividades
básicas da vida são rítmicas, dão prazer, e trabalham para facilitar o contato
consigo mesma e com os outros[7].
E,
acrescenta que não devemos olhar o trabalho psicoterapêutico como um “produto”
a ser adquirido, mas sim como um processo. Centrar a ação no produto pode
distorcer o verdadeiro trabalho terapêutico que é permitir ao cliente restaurar
o seu fluxo de vida.
Configurando esse limite crítico,
Boadella sinaliza que,
em Biossíntese, o processo de crescimento terapêutico é mais importante
do que o produto. Se focalizarmos o produto, nós poderemos facilmente começar a
fazer demandas ao paciente que preenchem nosso modelo de saúde: por exemplo, a
demanda para ser emocionalmente expressivo pode seguir-se à crença de que
expressão emocional é saudável. O enfoque “produto” para a terapia pode impor
demandas novas, algumas vezes resultando em uma nova forma de tirania, sobre
pessoas, cujos problemas podem já estar relacionado com seguir as demandas dos
outros.
Mas, então, qual a direção adequada
do trabalho psicoterapêutico? Responde ele:
Num trabalho terapêutico, muita atenção é colocada na direção na qual a
pessoa que está sendo ajudada deseja mover-se, o problema que confronta e os
passos que quer dar. Se, como ocorre frequentemente, ela está com pouca clareza
sobre estes, o terapeuta trabalha para suavizar a respiração e soltar as
tensões musculares, a tal ponto que a direção do crescimento e tendência ao
movimento do cliente pode ser diretamente experienciada. Há um emergente no
cliente, um tema, uma potencialidade, uma direção interna, que pode ser
diretamente experienciada pelo terapeuta e ajudada a desenvolver-se. Portanto, o
terapeuta não procura dar direções ao cliente, exceto como medida temporária;
mas ajuda a descobrir suas direções internas.
Na medida que há muitos estilos diferentes de vida, [também] não há
somente um objetivo para a terapia, mas muitos. Cada pessoa, à medida que se
aproxima de encontrar seu mais profundo impulso direcional --- seguindo-o ---,
experimenta prazer, aumento de vitalidade e um sentido mais completo de
plenitude.
O que importa é restaurar o fluxo da
vida, e, neste contexto, o terapeuta não tem a solução, mas é aquele que,
amorosamente, acolhe, sustenta e confronta a experiência, os anseios e os
cominhos do cliente, para que ele mesmo faça o seu caminho, enquanto caminha.
A prática educativa que se serve
dos recursos propostos pela Biossíntese pode e deve seguir o mesmo caminho:
garantir ao educando, através das múltiplas possibilidades de atividades
pedagógicas, de um lado a organização criativa de sua vida e, de outro (por que
não?) a restauração de muitas dores do passado que estão impedindo a vida de
fluir como deve.
A prática educativa lúdica,
como é ativa, por si só, oferece ao educando a oportunidade de confrontar-se
consigo mesmo, descobrindo seus limites e possibilidades; e, assim sendo,
restaurando o passado, vivendo e compreendendo o presente, como construindo o
futuro.
Deste modo, o que importa é organizar
e/ou reorganizar a vida de forma saudável e, se isso for buscado, certamente
que experiências negativas do passado serão restauradas, de tal forma que a
vida se torne mais pulsante.
Certamente que essa ação curativa da
educação não será mecânica, no sentido de que, exercitada, obrigatoriamente, a
fluidez da vida virá. Haverá, sim, um processo e este implica em cuidados,
dedicação e tempo. Deste modo, nem todos os educandos vivenciarão do mesmo modo
as atividades didáticas propostas; haverá, sim, toques, mas eles não serão
iguais para todos; uns reagirão de uma forma, outros de outra.
Não será um psicoterapeuta que
praticará esta educação, mas sim um educador, qualificado a partir dos princípios
da ludicidade e da Biossíntese.
2.3.5 O profissional
lúdico-biossistêmico
Quem
será o profissional que praticará essa educação? Tomando por base três estilos
de interação entre educador e educando, estabelecidos por Paulo Freire ---
invasão, privação, diálogo ---, Boadella configurou a relação ideal do psicoterapeuta
com o cliente, no seio da Biossíntese, que pode, também, ser a conduta do
educador lúdico-biossistêmico. Nem invasão, nem privação, importa uma relação
dialógica.
Esse
também é o lugar do educador, aquele que pode e deve fazer trocas profundas com
o educando, através do diálogo; ensinando que é possível dialogar, sem invadir
e sem privar.
Dentro dessa configuração, Boadella
apresenta cinco possibilidades de estilos de relação psicoterapêutica, que
também podem ser os cinco estilos de possibilidades de relação entre educador e
educando, chegando a conclusão de que existe exclusivamente um estilo que
configura o modo de ser do psicoterapeuta (ou do educador, no nosso caso) em
Biossíntese, onde ambos, terapeuta e cliente (ou educador e educando)
dançam a dança da vida, para que o cliente (ou o educando), ao caminhar, encontre seu caminho. Estilos possíveis:
Estilos |
Psicoterapeuta |
Educador |
|
Estilo 1 |
terapeuta ativo e cliente receptivo |
educador ativo e educando receptivo |
|
Estilo 2 |
terapeuta e cliente ambos ativos |
educador e educando ambos ativos |
|
Estilo 3 |
terapeuta e cliente praticam uma dança
energética |
educador e educando praticam uma dança
energética |
|
Estilo 4 |
cliente e terapeuta, ambos ativos |
educando e educador, ambos ativos |
|
Estilo 5 |
cliente ativo e terapeuta receptivo. |
educando ativo e educador receptivo. |
|
Observando essa proposição,
verificamos que:
nos estilos 1 e 5, que são os extremos, no 1 predomina a ação do terapeuta/educador,
no 5 predomina a ação do cliente/ educando;
nos estilos indicados pelos números 2 e 4, ocorre como que uma disputa
entre terapeuta/cliente e cliente/terapeuta; correspondendo a educador/educando
e educando/educador;
só no estilo 3, terapeuta/educador e cliente/educando encontram o
verdadeiro caminho, onde ambos respeitam seus respectivos papéis: o terapeuta/educador
como aquele que acolhe, sustenta e confronta a experiência do
cliente/educando e o cliente/educando como aquele que vivencia a sua experiencia,
sua jornada pessoal, seu caminho pessoal, com sua continência do
terapeuta/educador.
Boadella fala, então, de uma “dança
energética” entre terapeuta/educador e cliente/educando.
É nessa dança que corpo,
personalidade e imaginário podem ser acolhidos, confrontados e transformados,
de tal forma que cada pessoa, cada cliente, cada educando ultrapasse os limites
da primeira camada da personalidade e possibilite a aproximação do centro mais
verdadeiro do nosso ser.
Para cumprir esse papel, tanto o
terapeuta como o educador em geral e o educador lúdico em específico necessitam
“assumir o papel de adulto da relação”. Isso significa que, no caso da
educação, o educador é aquele que acolhe, nutre, sustenta e confronta[8], amorosamente, o educando, para que ele
possa formar-se na sua interação com o outro, que lhe subsidia condições de
desenvolvimento.
O educando, na fala de David
Boadella, representa o princípio formativo e o educador
representa, nessa relação, o princípio organizativo[9]. Não há formação para a verdade
e a autonomia de cada um, sem a interação com o outro; por isso, os princípios
formativo e organizativo interagem numa dialética permanente de tal forma que o
verdadeiro ser do educando vá se configurando.
Só uma dança energética entre
terapeuta e cliente ou entre educador e educando pode fazer isso. Só essa dança
pode restaurar as ameaças das neuroses e traumas do passado, abrindo portas
para uma vida saudável no presente e no futuro.
3.
Concluindo
Em síntese, a partir dos conceitos e
das práticas da Biossíntese, podemos e devemos deduzir uma proposta e uma
prática pedagógicas que possam formar o ser humano no seu mais verdadeiro
contato consigo mesmo, respondendo às demandas emergentes presentes na vida
social. Assim sendo, a educação é, também, um processo de cura, seja no sentido
de “cuidado com o futuro” (prevenção das neuroses futuras), seja no sentido de “restauração
do passado”, no sentido que, cuidando do futuro, obrigatoriamente mobilizamos e
restauramos qualidades do passado, olhando para elas e transformando-as; e isso
é bastante curativo. Contudo, caso a prática educativa não assuma os cuidados
delimitados pela Biossíntese ou outra teoria semelhante, teremos, sim, a
reprodução e multiplicação de neuroses e traumas do passado, assim como projetamos
neuroses e traumas para o futuro. A questão está posta para nós todos que, de
alguma forma, praticamos a educação --- pais, professores, pastores, vigários,
mestres, treinadores de recursos humanos... Cabe olhar para ela.
A prática educativa lúdica, por ter
seu foco de atenção centrado na plenitude da experiência, propicia tanto ao
educando quanto ao educador oportunidade ímpar de entrar em contato consigo
mesmo e com o outro, aprendendo a ser, tendo em vista viver melhor consigo
mesmo e junto com outro. Para uma prática educativa lúdica é necessária uma
teoria que leve em consideração o ser humano na sua totalidade
biopsicoespiritual, à medida que assenta-se no corpo, organizando a
personalidade e estabelecendo crenças orientadoras da vida.
[1] Ver os livros de Domenico de
Masi, A emoção e a regra e O ócio criativo, ambos
da Editora Sextante, Rio de Janeiro
[2] Terapia corporal criada por Wilhelm Reich, a partir
dos anos 1920.
[3] David Boadella, Correntes da
Vida: uma introdução à Biossíntese, São Paulo, Summus Editorial, p. 10.
[4] Idem, O que é Biossíntese (Apostila)
[5] David Boadella utiliza os termos “centring”,
“grounding” e “facing”, para expressar a experiências fundamentais do ser
humano, expressando, respectivamente, o centrar-se em si mesmo, o assentar-se
na realidade através do corpo e do movimento, o comunicar-se consigo mesmo e
com o outro
[6] O diagrama foi criado por David Boadella e
publicado no Common Ground and Different Approaches in Psychotherapy,
Editado por Esther Frankel, Escola de Biossíntese, Rio de Janeiro, Brasil.
[7] As citações que seguem agora foram retiradas do
texto O que é Biossíntese, tradução realizada por Eunice Rodrigues,
Centro de Biossíntese da Bahia.
[8] Sem acolhimento, nutrição, sustentação e
confronto, não há educação. Cada termo desse merece uma conceituação
própria; coisa que não poderemos fazer no espaço deste texto; as compreensões
relativas a essas expressões podem ser encontradas no capítulo 9 do livro de Cipriano
Carlos Luckesi, Avaliação em Educação: questões epistemológicas e práticas,
Cortez Editora, SP.
[9] Sobre esses dois princípios ver a
introdução do livro Correntes da vida, de David Boadella, S. Paulo,
Summus Editorial.